Feijoada (quase) completa

Nada melhor do que chamar os amigos pra conversar, tomar uma bem gelada e se esbaldar de comida, de poesia e prosa, de música e melodia, de imagens e memórias, enfim, de amizade. Sem formas fixas, do jeito que a cabeça e a emoção pedir, da maneira que cada um prefere se expressar. Todos os amigos podem contribuir pra que essa feijoada deixe de ser "quase" e venha a ser completa. Um grande beijo nesta saudação inicial dos amigos José Neto e Anadora Andrade.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Um dia


Um dia.
Tanta paixão lancinante
e olhares brilhantes.

Um dia.
O desejo incontrolável
de gritar o que racionalmente não posso.

Um dia.
Em que os pensamentos querem voar
e os impulsos circulam indisciplinados.

Um dia.
Tantas lembranças saudade
e significados pulsantes.

Um dia.
Indecente de se viver
e de se contar o tempo com angústia.

Um dia.
Deveria ser proibido
pensar em você.

Um dia.
De lágrimas unidas
e sonhos partidos.

Um dia...
Toda a peça
novamente se encenará,
a canção estará completa
e os medos permitirão
que desta parca esperança
brote um novo dia.

Um dia...
Serão os mesmos atores?

José Coelho Neto

quinta-feira, 7 de maio de 2009


A uma flor amiga

Doce docência,
ela.
Não só inocência
bela!
É a onisciência
em tela...
tê-la à latência
revela,
tal a consciência,
seqüela:
viver a dolência
protela
da fina essência,
abridela.

Vinícius Soares Carvalho

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Madrugada


A madrugada adormece
após o gozo singelo
tomado delicadamente de mim.
O escuro e o frio não são mais tão inseguros
porque a envolvo em meus sonhos.

Ainda assim sufoca sua alma.
É tão irremediável
que meus braços
são a opressão mansa e imutável
que experimenta cada povo
ao longo da estória.

A solidão livre é uma escolha
que ninguém poderá lhe negar.
Jamais será impedido
ou esclarecido de modo suficiente
ou cantado sem minhas lágrimas
seu alívio em contrapartida.

Um prazer duvidoso
e mais denso a espera.
Um rubor que encontrou e perdeu em mim.
Fatal descobrir, à tardinha,
que o encanto do que é efêmero
só tem tal essência
por ser, simplesmente, ausência.

Assim como a dedicatória
que permanecerá esquecida
na folha em branco.

José Neto

sábado, 8 de março de 2008

Tomei o ar que respira.
Entrei no salão
onde só cabia a nós dois
e o que não nos era
nos pertencia em plenitude.
Lá fora acompanhavam o funeral
e riam sem trégua do morto
que houvera sido um bom homem.

Aos que bebiam vinho
com o odor de formol
a adentrar nas narinas,
abri portas e janelas
sem as perguntas que Alice faria.

Ninguém quis passar através delas
à exceção de um homem
que não olhou para trás.
Deixou dolorido o presente
que um dia guardou egoísta
todas as melhores possibilidades.
Ele, por ser eu, terá uma morte risível.
E, por não ser mais eu,
acampará nas estrelas até lá.
Sozinho.

José Neto

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Arco-lírico

Fazer poesia de alma lavada
é dar um nó no branco
ao buscar exata
a palavra.

O lirismo dos dias nublados decidiu por si partir
no maior arco-íris que vi,
desde lá sinto mais quentes as cores
desde então só me visto de flores

Todas essas coisinhas
que só mesmo o amor,
menina.

Anadora Andrade

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Alumiar


Existem mil poemas sobre a lua...Aí minha tentativa...

A lua e sua recíproca atração.
Pode conter,
em sua crateras de queijo,
toda a representação,
a completude da significação.
Seja na frase sem verbo
ou na pior tentativa de adjetivo,
o astro rainha de prata
alumia qualquer plebeu,
fazendo como exigência,
apenas,
o olhar admirado
e a busca por São Jorge.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O PAPEL

Um papel pintado de cinza
é um papel pintado de cinza
mesmo que não seja belo
existiu uma escolha, um padrão
e ali está! Eu posso ver paixão!
Elas não são de papel
elas sempre tem cor
pardas, morenas, cor de verão
esses pincéis ficam a andar por aí
me fazendo de rei...ou de bufão.

Henrique Britto Silva

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Num piscar de olhos

Já era noite alta então
o tapete infinito de estrelas
brilhava e cheirava Lusco-fusco
bem por trás dos seus cabelos,
do nó que ali davam nos meus.

Anadora Andrade

domingo, 2 de dezembro de 2007

Dedicatória


Uma licença, para certa porção imediata de mundo...

Nem livro estou escrevendo,
mas uma dedicatória se apresenta...

Pro meu amor,
divisor de terras
(pois águas são simples de dividir).

Divisor de momentos angústias e,
na mesma intensidade,
de momentos euforia.

Parceria em lágrimas e,
na mesma intensidade,
em sorrisos alvos radiantes.

Dedico esta dedicatória
não por ser um grande amor
ou por uma saudade inundante
ou por desejo lancinante.
Também.

Mas dedico-lhe, enfim, porque se não a ditasse ao papel
ela mesma, imperativa, se escreveria
se imporia e se marcaria na historia
assim como você
na minha...


Seu Neto José

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

ANDAR SOZINHO

Nenhum ardor nem um carinho
nenhuma vitória nesse fim de tempo
sou eu apenas aqui sozinho.

Sou eu que só vejo semi-conclusões
farsas, falsas alegrias
num próximo fim de ano, falsos Jorrões.

Nada é concluído e nem bem feito
é uma grande merda
até mesmo os poemas já tem palavrões.

Pedi ao Super-Homem sua capa
e aos pássaros suas asas
mas ninguém quis me presentear, mesmo sendo natal.

Só me resta então, pra variar
uns versinhos bobinhos, um cafezinho
um pileque e um andar
sozinho.

Henrique Britto Silva

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Correria danada essa
que me obriga o coração
querendo flor
sonhando o cheiro
querendo gosto
o seu inteiro.

Anadora Andrade

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Tristeza


A tristeza tem um tom gris
e naturalmente frio é o meu sorriso.
Cheio de frustração
humana inata densa.

Sou defeitos
e eles igualmente me são.
Juntos escondemos
atrás daquele móvel em desuso,
os melhores dias dos últimos anos.

O sono da madrugada sem sonhos.
A procura pela coruja matutina.

Sou tristeza
e a ela igualmente pertenço.
Débeis acordes no violão
não serão capazes de mudar nada,
tampouco garantir
um futuro multicolor.


José Neto

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Paraguaçu

Meio manso, meio onda
vem e vão os cabelos da morena,
feito fosse o mar grande da Bahia
em noites de lua crescente.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Minha arte é errante
nesse tropeço um recomeço
perco o medo de seguir

Minha arte é feito mergulhar de cabeça
corpo reto, mar aberto
sabor de suor e lágrima

Minha arte é fazer brotar
(desde o canto dos lábios)
um sorriso no rosto dela,
assim fazer poesia.

Anadora Andrade

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Não é perfume,
o que vem daquele pescoço
é a essência morena
de índia tapuia
banhada em cachoeiras
do seu, só seu interior.

Não é perfume,
mas dois olhos profundos,
a compreensão exata de ser dela
o tudo quanto que ousar do mundo.

Anadora Andrade

domingo, 22 de julho de 2007

Pegadas


Tive meus dias d rapidez
concomitância d pessoas
efemeridade de uma falta de sentimentos
não nutridos por ninguém.

Andava a passos largos
afinal tenho minhas pernas compridas
e ainda assim soube de marcas
deixadas em outros chãos.

Meu chão à prova de tudo
num tempo de quantidade
transformada em pouco,
em indiferença e insignificância.

Meu tempo que me pertenceu
e que não pertenci a nada
seja de corpo de alma ou de todo
Tempo que permaneci
olhando pra frente com olhos míopes
e pra trás sem respeito ou saudade.


José Neto

sábado, 21 de julho de 2007

História Antiga

Cabisbaixa aprendi a enfrentar-te mundo
extraindo da boca que cala
e do rosto em perfil
conselhos egípcios
aspirações faraônicas
histórias há muito vividas
sem titubear, sem tremer
mesmo cabisbaixa, mundo
mesmo só enxergando através dessas lentes.

terça-feira, 10 de julho de 2007

O amor tem sido uma lembrança
vaga impressão de mundo
gosto agridoce que insiste
no céu da boca da vida
que se não é um romance
que dirá folhetim.


Anadora Andrade

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Corre-se pra sempre.
Busca-se pra sempre.
Espera-se pra sempre.

Nesse seguir sem parar ou perceber
se passa pela vida
como em frente à T.V.
num dia ordinário de domingo...


Neto José

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Arbitrariedade

Aquietava
numa calma camomila
as borboletas
que moram em mim

(...)

De repente seu sorriso
e o vento doido
trazendo o cheiro bom
desses cabelos negros

justo até aqui,
sobre meus ombros.

Anadora Andrade

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Cantiga

Minha vida sem você
foi passo em falso
e num tropeço
perdi o medo de seguir

Nessa vida sem você
não me embaraço
feito andorinha
voei voei
soltei do laço.

Anadora Andrade

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Poesia, amor, origami.

Quero a primeira poesia do ano cheia de esperanças,
Esperanças de uma nova poesia.
Simples como convém a uma poesia que deve abrir o ano,
Simples como essa vitamina de banana que tomo agora,
Com pedaços da fruta bem grandes como esses,
Pra que com isso ninguém venha tergiversar se poderia ser de
outra fruta.
Não, é de banana. Está claro que é de banana. Não vê?
Uma poesia simples.
Mas a simplicidade do mais delicado origami.
Um origami que a um leve toque se desmanche em nuvem e daí
venha a tarde.
Por que o amor é simples e é embaraçado como o origami.
Quando um atrasa, depois é a vez do outro.
Um não liga, amanhã não há ligações.
Um tem ciúme, ah, e se o outro não retorna esse ciúme então...
Se um diz talvez, o outro diga sim.
Tudo que nem as dobras do origami: vá pular uma pra você ver o
que acontece.
Dobra aqui, acolá, liga uma ponta com outra, deixa uma orelha de
papel pro fim...
Origami é coisa complicada.
E a poesia vai-se fazendo nova por entre as dobras desse objeto
que se desmancha em nuvem

Tiago Groba

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Da volta

Volto com uma poesia no bolso
pra encarar a rotina de lá
e o calor da cidade.
Volto porque devo chegar,
desfazer minhas malas
e lavar as roupas sujas
do barro que me limpou.
Volto pra na entrevista de emprego
ser analisada por psicóloga
e ganhar (quem sabe?) dinheiro.

Volto p´ronde eu vim
renascida a cada amanhecer
muito mais dona de mim.

Anadora Andrade

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Pedi licença poética
e joguei uma pedra no carro
palavra paralelepípedo
difícil de usar em canção...


Anadora Andrade

sábado, 16 de dezembro de 2006

Leves devaneios tolos


I

Eu só quero desfrutar do meu cansaço.
Só, eu quero não entender.
Eu, só, posso não acreditar.
Ah, se queria o privilégio de enxergar menos
e usar de modo pior meus outros todos sentidos?

II

Não canso do terror de ter expectativa.
Mas que seja!
Que vão todas por terra ou água abaixo,
mas que as tenha tido aos montes.
As tenha confirmado aos poucos
ou, não sendo assim, tido a certeza,
sempre errada em generalizar,
que seriam no mínimo
uma maiúscula decepção.

III

Tudo que ao parecer se esvair,
me impregne de tristeza
me enchendo de vida.
Porque querer chorar, desistir
e rasgar o mundo todo
tem porção enorme de vida,
afinal, inesquecíveis são os extremos.

Neto José

domingo, 10 de dezembro de 2006

Sair, verbo intransigente


Quando saímos de si,
Saímos pra algum lugar,
Na busca de que por aí
Achemos a nos encontrar.
Porém o verbo sair
Não se aceita completar,
Guarda-se dentro de si,
Em nós, no mesmo lugar.

Tiago Groba

sábado, 2 de dezembro de 2006

PEIXE PEIXES PESCA DOR

Vai, peixinho, fura a rede
Sai dessas estrelas
Que a constelação
É dura contigo
Larga logo esse Zodíaco

Vai na onda feito onda
Aprende a ir e vai
Te liberta dessas linhas
Pra que o pobre que
Te prende
Perca a pesca
Percador

(Perde-dor)

Raiça Carvalho

domingo, 26 de novembro de 2006

VERBETE I

Mudar pra caber dentro do copo, que vazio está cheio de ar.
Buscar essa história perdida
- sou romantica por conta dos contratempos da vida.


VERBETE II

Desde o dia que te encontrei,
vi o espelho quebrar
desde o dia que te encontrei
achei razão, vivi sem pedir perdão
desde esse dia... - amores não são tão importantes assim...

Iara Canuto

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Eu e tantos

Os outros me são eu, de longe, tranqüilo, intocável.
Sou uma fêmea com fecunda prole de mim extraviada pelas ruas.
Uns maduros, alcoólatras, românticos, outros tristes, alegres,
Folhas de caderno avulsas nos bares:
Folhas caídas de meus invernos de menino.

Comia palavras na redação.
A pró era severa: não serás entendido, Tiago. Não se esconda!
As pessoas não têm tempo para adivinhar o que escreve!
Mas eu tinha fome, de mim.
E comia todas as palavras,
me consumia,
me escondia,
quieto,
nos outros.
Hoje como frases, períodos, parágrafos inteiros de mim.
Tranco-me em mim mesmo:
Sou eu e ainda sou alguém,
Não sei mais quem sou,
Em mim nem em ninguém.

Tiago Groba

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Vigésimos andares

Empinando pipa
vigésimos andares
livre do pus que atormenta a carne
que não deixa dormir
até explodir e feder
todo o fedor que há por dentro
e não é pouco.

Empinando pipa
vigésimos andares
longe da mágoa fincada entre irmãos
que cristãos ou não
(isto pouco importa)
se batem,
se explodem,
se fodem
num foder bem vagaroso
nuclear, global
plantam trigo, plantam soja
até mentira no jornal.

Daqui do alto
Falta-me a coragem
pra pegar a pipa
que enroscou no poste
feito um laçarote colorido,
faz é pena
ser partido.

Daqui do alto
não quero descer,
simultânea resposta:
fugir pra que?

Anadora Andrade

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Quando a rima é de coração

o que tenho a dizer
é tanto e tão pouco
é um versinho torto
é imaginação

é palavra divina
Valiosa,
Pequenina,
Cabe na palma da mão

São tristes alegrias
Sol de meio-dia
Escuridão

é amor que não sentia
dor que silencia
Doce ilusão.

Iara Canuto

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Melhor que fique quietinho
o que já nasceu tortinho,
num viés, assim, repartido,
entre o faz e o não-faz sentido.

Fada

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Ansiosa

Ansiedade para os psicólogos é medo do porvir,
para Clarice borboletas no estomago,
para a reles poeta é muito difícil sentir.

Amanhã vai ser igual
calma, calma
vai passar
Sonhos também mentem
bem mais até que ela
e plenamente.

Anadora Andrade

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Bico de pena


Peço que perca essa pena
Não quero que me escreva
Assim...tão de leve...

Suas palavras não permitem
(nem você consente)
Um minuto de descanso.

Rogo, queime essa pena!
E de suas palavras escorrem
Tinta negra e espessa no papel.

Seus versos descrevem
Meu olhar inquisidor,
Minha tinta em confusão.

Afaste o bico do papel, quebre-o!
E a caneta habilmente
Desliza sobre a minha tela

Minhas cores não querem conforto!
Nem sua falta de alegria...
Não quero bico de pena.

Sim, fecho os olhos.
E ordeno: esconda-a!
Mas eis que encontrei
Um bico de pena
Dentre os meus pinceis.

Cida Mello

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Passou o sentir, não pude tocar
meu paço violão
foi desafinar.

Anadora Andrade

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Cores dos dias

Você tem cor preferida?

- Tinha,
a mistura não encontro mais
era cor de coração quente
vermelho-mulher,
cor proibida simplesmente.

De que cor é seu caminho?

- Azul em cima.

Todavia ela se enfeita
num sorriso furta cor
rouba o tom cinza do dia
faz chover em Salvador.

Anadora Andrade

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Do que não sou


Para quem nunca precisou tornar-se
Já que é
Você

Organicamente despido de conclusões
Dispensa a sublime racionalidade

Invejo-te
Nas minhas limitações lógicas

Condenada à eterna concatenação de idéias
Sigo desejando ter sido
E você nem se apercebe;
Percebe sem saber
Que sempre fora; inocentemente sendo.

Christiane Andrade

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Menina


Ela é menina
de poucos talentos atléticos
quase nenhuma coordenação motora.

Ela é menina
e jamais quis aquela bola
que mesmo rosacordemenina
não lhe enche os olhos
tampouco o coração.

Ela menina
quando crescer pra mulher
sequer vai lembrar
que naquele dia rosacordemenina
quis (precoce maturidade das meninas)
um futuro qualquer cor
desde que fosse futuro.

Mas ela menina-mulher-menina-mulher
sequer vai perceber
que foi roubado o futuro
que ficou frígido, fosco e disforme
e lhe negou os sonhos de outrora.

Ela crescida mulher
ainda vai sonhar
com a boneca bonita
que a bola roubou.

Neto (José)

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

FUTURO DO PRETÉRITO


Te amaria eternamente
até quando não pulsasse
mais meu coração.
Enfrentaria o mundo todo
pr'a uma dia ter de novo
minha mão na tua mão.
Com os meus lábios em teus lábios
nem o poder dos céus, páreos
seriam para calar o nosso
amor, que o passado toma
para si, pondo em coma
o sentir que sem ti não posso.
Eu te amaria...
enfrentaria tudo...
o céu calaria mudo.
E a terminação ´ia´
perderia seu passado
num futuro conjugado.


Vinícius Soares Carvalho

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Quase erótica

Mão dada ao suor
e a preguiça
lenta encontra a carne
inteiriça

vem aroma vai sandice
que por ternura e vontade
descobriu meninice
bem no gosto de mar
dessa pele ouriçada
contorcendo desejos
tremendo cansada

eis que a pele pálida
cora cor de rosa:
ela menina goza.

Anadora Andrade